domingo, 2 de dezembro de 2012

Confraria dos Amiguis

Confraria : Pinot noir

Nesse sabado fizemos a primeira reunião da nossa confraria. O tema sugerido foi pinot noir de diferentes países.  É minha uva preferida e como disse André Tchelistcheff, " Deus fez a cabernet, o Diabo fez a pinot noir" tamanha é a dificuldade de cultivo dessa casta. Enfim, cada integrante trouxe um vinho ja envolto em papel aluminio, o que possibilitou que eu tambem pudesse permanecer cego durante a degustação. Para deixar um pouco mais interessante, acrescentei uma garrafa de tempranillo  Ribera del Duero. O resultado está descrito abaixo. Atribuimos notas de 0 a 5 e ao final eliminei a menor e a maior nota de cada um, sendo a pontuação máxima 30 pontos.

5o lugar - 12 pontos
Montes Pinot Noir 2010 -  Vale de Casablanca - Chile

Foi o segundo a ser degustado e apesar de ser um vinho ate relativamente bem visto pelo custo beneficio , foi unanimidade a falta de equilibrio devido ao gosto de alcool muito evidente. Alguns entendidos criticam os pinot noir da America do Sul por serem ou muito alcoolicos ou muito amadeirados e nesse caso não foi diferente.

3o lugar - empatados com 17 pontos 
Trinity Hill Pinot Noir 2010 e Finca Resalso Emilio Moro 2010 (Tempranillo)

O neozelandes se mostrou pouco complexo, ficou no meio do caminho, não chamou muita atenção e tambem não desagradou. Escolhi a tempranillo pois esperava que por ser mais leve e frutada pudesse ser confundida com um pinot, mas me enganei, a cor mais escura ja chamou atenção e o sabor bem mais encorpado e com taninos mais presentes. No momento da degustação quase todos ja perceberam que era o vinho "penetra"
2o lugar - 24 pontos
Chateau de Mercey Antonin Rodet Mercurey 2008

Os grandes borgonhas são muito caros e vem em sua maioria de Côte d'Or. Mas ao sul, em Côte Chalonnaise são produzidos em alguns vilarejos bons borgonhas por preços mais acessiveis. Mercurey é um deles e ja há algum tempo aprecio os vinhos de Antonin Rodet.
Muito equilibrado, sabor de fruta evidente e alcool quase imperceptível, um otimo vinho na minha opinião.

1o lugar - 28 pontos

Redtree Pinot Noir 2009 - California 

Após o resultado fui pesquisar sobre esse vinho que eu não conhecia e achei alguns fatos curiosos. É um vinho que custa cerca de 10 dolares nos EUA e ja recebeu 88 pontos da wine spectator e logo apos foi muito mal avaliado e criticado por uma série de criticos.
Foi o campeão da noite, muito sabor de fruta, agradável no olfato e paladar, a garrafa acabou rapidamente, um belissimo exemplar de pinot noir da California na nossa opinião


domingo, 2 de setembro de 2012

Chateauneuf Du Pape Laurence Féraud 2006

Chateauneuf du Pape é uma AOC de vinho da França que fica na região sudeste, próxima ao vilarejo de mesmo nome. A AOC permite 13 variedades de uva, mas os vinhos geralmente são dominados pela Grenache. Esse ótimo Chateauneuf Du Pape Laurence Feraud estava em promoção na Grand Cru na última semana por incríveis 1/4 do preço usual. Além da Grenache, leva em sua composição também Syrah e Mourvedre. Descansa em barricas de carvalho por cerca de 2 anos antes de ir para a garrafa. Como ainda está jovem ( é um vinho que pode ser guardado por até 15 anos) achei muito encorpado e nem por isso enjoativo, muitas notas de café e couro principalmente, um excelente vinho.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Tignanello 2005

Já se vão 4 meses desde a última postagem, inclusive a idéia de colocar aqui os relatos da viagem em ordem cronológica com os vinhos que degustamos na Alsácia perdeu um pouco o sentido. Foram 4 meses de ausência devido a mudança de casa e por isso muito trabalho, que ainda não acabou. Mas enfim, o post de hoje é pra falar de um dos vinhos que eu mais aguardava pra beber da minha adega. 

Essa garrafa de Tignanello 2005 eu adquiri em uma pequena loja de vinhos em  Orvieto, em maio de 2011. A ocasião para a degustação foi o aniversário da Pri, na última quinta-feira. Estávamos sem fome e tomamos a garrafa sem nenhum acompanhamento, para um vinho tinto, não lembro qual foi a última vez que bebemos assim. É logico que a expectativa criada e o nome do vinho envolvido falseia um pouco o quanto ao quanto apreciamos o vinho, até por se tratar de uma safra, 2005, não tão reconhecida como outras. 

É um supertoscano composto de 85% Sangiovese, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc. Na boca, mostrou-se encorpado,  mas não com a potência exagerada ca cabernet que as vezes me incomoda, equilibrado, com  taninos ja mais macios pelos seus 7 anos de garrafa. Não apareceu também aquele amargor que costuma aparecer em alguns vinhos ja no final da garrafa. Resumindo, um vinhaço. Pena que seu preço não nos permite toma-lo com frequência. Custou-me 50 euros, mas aqui so conseguimos por mais de R$400,00.



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Visita a Dr. Loosen

Sempre que viajamos para roteiros onde o vinho é a principal atração, gosto de experimentar de tudo, dos vinhos de mesa nos restaurantes mais simples até vinhos genéricos sem rótulos vendidos em taças. Além disso programamos visitas a produtores conhecidos. O escolhido no vale do Mosela foi a Dr. Loosen pela fama que seus vinhos alcançam. Segundo Jancis Robinson foi Ernst Loosen quem "inseriu o vinho alemão no cenário mundial no século XXI". 
A sede da vinícola fica em Bernkastel a 50km de Trier onde estávamos. Fomos muito bem recebidos numa manhã fria e chuvosa de sábado em uma bonita propriedade nas margens do Mosela. A degustação custa 17 Euros por pessoa e são servidos 8 vinhos. Confesso que da terceira taça em diante fica difícil identificar as particularidades de cada rótulo (não foi servido nada para limpar o paladar e os 8 vinhos foram servidos todos na mesma taça em sequencia). Apesar disso a degustação foi muito boa. Os vinhos da Dr. Loosen são muito refrescantes, ácidos, mas muito bem equilibrados, alguns com teor alcoolico de apenas 7%, o que os torna extremamente fáceis e agradáveis de beber. Abaixo o menu dos vinhos servidos e algumas das garrafas que trouxemos. O Wehlener Sonnenuhr chamou muito a atenção pelo fato de ter um começo levemente adocicado e um final muito seco e apenas 7,5% de graduação alcoolica.





















A pequena e simpática Bernkastel, sede da vinícola

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Winebar informal e barato....pena que não é no Brasil

Trier fica quase na fronteira da Alemanha com a França e Luxemburgo, cidade muito antiga (fundada ano 16 a.C.) que tem a Porta Nigra, antiga porta de entrada da cidade uma de suas principais atrações. Ficamos na cidade por 4 noites pois é uma ótima base para explorar o vale do Mosela e arredores. 
Apesar da cidade ter algumas boas atrações, o que mais me chamou a atenção e se tornou meu ponto preferido foi esse "quiosque" de vinhos na praça do mercado, próxima a Porta Nigra. 
Trata-se de um pequeno produtor de vinhos em um espaço onde vende seus vinhos em taças e as pessoas que estão passando por ali passeando, fazendo compras, (ou maridos esperando que as mulheres façam compras) param um pouco e em pé mesmo, de maneira bem informal tomam uma taça de vinho enquanto conversam. Eles ainda oferecem cestinhas com torradas para acompanhar como cortesia. Tirei uma foto do "menu" dos vinhos, que em Euro são muito baratos e mesmo convertendo pra Real ainda ficam com o preço muito bom. 



Porta Nigra

terça-feira, 17 de abril de 2012

Leitz Weingut em Rudesheim

Um restaurante muito bom que fomos por 2 vezes em Rudesheim foi o Da Toni, um restaurante de comida italiana muito agradável. Um fato curioso foi que pedimos um vinho e estávamos tomando enquanto aguardávamos as pizzas e entrou um grupo no restaurante, nisso o garçom que estava nos servindo falou meio que inglês meio que em alemão que um dos homens que entrou com o grupo era o produtor do vinho que estávamos bebendo. Ele nos cumprimentou e disse: "Espero que gostem".  De fato o vinho era muito bom, o Eins-Zwei-Dry, um Riesling típico alemão muito saboroso.
Pesquisando depois descobri que se tratava de  Johannes Leitz, proprietário da Vinícola Leitz, que tem a maioria de seus vinhedos em Rudesheim e segundo o rótulo do vinho e o site da vinícola foi eleito o "German winemaker of the year"de 2011.


Vinhedos em Rudesheim

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Rudesheim e Georg Breuer

Ja faz algum tempo sem novas postagens, mas acabo de voltar de férias de uma ótima viagem para os vales do Reno e Mosela na Alemanha  e Alsácia, na França, que renderá vários posts. A idéia inicial era fazer a rota do vinho na Alemanha,  a "Deutsche Weinstrabe", antiga e famosa, mas ficariam faltando alguns locais que eu gostaria muito de conhecer e por isso elaborei um roteiro com 3 cidades base, uma em cada local. A primeira cidade, onde ficamos 5 noites foi Rudesheim, região de Rheingau. Os vinhedos ficam nas encostas na margens do rio Reno e a Riesling é a uva dominante.

Rudesheim, vinhedos o Vordeburg ao fundo, antigo
castelo onde hoje funciona um  museu do vinho 


Ficamos hospedados no Rudesheimer Breuer Schloss, hotel de propriedade da família Breuer, que produz os famosos Rieslings Georg Breuer, dos mais conceituados da Alemanha, ótimo hotel, perto da principal rua da cidade, com vários restaurantes a lojas de vinho, mas o melhor é que o frigobar era abastecido por vinhos da casa. O Sauvage é o Riesling de entrada da vinícola, mais seco, mineral e muito agradável de beber.



segunda-feira, 5 de março de 2012

Orvieto Coli

Ja fiz um post sobre os vinhos brancos de Orvieto. Feito a partir da uva Trebbiano em maior proporção, esses vinhos brancos da Úmbria sempre me agradam muito. Vinho leve e refrescante, acidez equilibrada e ótimo para acompanhar uma massa com molho leve ou risoto. Nesse dia acompanhou um risoto com cogumelos trufados. Por cerca de R$30,00,  considerei uma boa compra. Mas confesso que não consegui achar mais nenhuma informação sobre o produtor.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Um pouco sobre Rieslings alemães

Os melhores vinhos da Alemanha vem em sua maioria dos vales dos rios Reno e Mosel e a principal uva é a Riesling. Os vinhos brancos alemães produzidos com a Riesling são ácidos e frutados e não passam por madeira. Eles podem ser consumidos jovens quando o sabor frutado será mais evidente ou podem ser guardados por até 2 décadas quando estarão com seus aromas mais desenvolvidos. 
O sistema de classificação é baseado no tempo de maturação da uva, que confere um "Prädikat" ao vinho, são siglas e nomes em alemão mais complexos que não vou entrar em detalhes. Em alguns rótulos podemos identificar as denominações Trocken (seco) lieblich (doce) e halbtrocken (meio-seco).

Essa semana abri um Riesling Fritz Haag 2007 que estava guargadado na adega. A vínicola Fritz Haag fica no coração do vale do Mosela e tem um histórico de vinhos bem pontuados por revista especializadas. Ja começa agradando pelo rótulo, simples, limpo, escrito apenas o que é necessário. Apesar de 5 anos de guarda ainda estava bastante frutado com sabor mineral e refrescante, achei até algo frisante, ainda com resquício da fermentação. Um ótimo vinho, principalmente para ser consumido agora no verão.




quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Cave Geisse Nature

A vínicola Geisse, da serra gaúcha, foi fundada há mais de 30 anos, mas seus espumantes ganharam certa notoriedade recentemente quando há alguns anos seu espumante premium, o Cava Geisse Terroir ganhou em uma degustação as cegas de Champagnes como Moet & Chandon, Veuve Clicquot e Taittinger, promovida pela sociedade de amigos do vinho de Brasília. Alguns especialistas colocam os espumantes cave Geisse como os melhores espumantes brasileiros.
"Nature"é a denominação que se dá aos espumantes mais secos disponíveis, pois não recebem nenhuma adição de açucar. São os meus preferidos e muito fáceis de combinar com qualquer tipo de prato.
O cave Geisse nature é um excelente exemplar de espumante brasileiro, feito com 70% Chardonnay e 30% Pinot noir, é muito claro, quase branco com bolhas delicadas e sabor intenso e refrescante. Comprei na Casa do Porto por R$ 61,00.